segunda-feira, 30 de junho de 2008

Tempo

Estática.

Te vejo dessa maneira estranha e estática, com o corpo torto, e torço o olho pra não ver.

-Só dói quando respira - late, de maneira esganiçada, com todas as razões pra manter o corpo em movimento. Afinal, só o que fazia era correr... e na rua se sentia o dono das latas de lixo...

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Depois de um tempo, ele volta a olhar pelo vidro. Com a vista turva, sente-se confuso e desafiado. Começa a dar voltas, cada vez mais rápidas em volta de seu próprio rabo.
De maneira vertiginosa e contundente, salta , e rompe a película que o protege e o afasta do mundo seco.

Cai. A . Excitação. É. Muito .. Grande...
O... ar... É ... Demais... muitas... Cores... Sem o... Turvo...
E bate... Mais .... depressa....
até.... que Para...

Beijos e abraços

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Fim de Partida

Ao sentir-lo pela primeira vez, ela pensou que era o fim.

O fim de uma partilha. O fim de algo que almejara durante anos. Era o encerramento de uma festa, que tinha direito a fogos de artifícios, das mais variadas cores. O que começara a traçar timidamente, quase como se fosse um rascunho, mas que com intensidades incríveis, alcançara o status de Aquarela.

All you need is Love.

Era o que ele sempre tinha na cabeça. E ao sentir os lábios daquela beleza pura que existia sobre ele, raciocinava: - É tudo o que eu preciso. Ficarei sedento de sentir, e vou ressentir na partida... Emocionava-se, mas nunca transpareceu.

Daria mais atenção ao abraço, se soubesse que este era o último momento que ela daria a ela mesma. O fim da noite se aproximava conforme os sons da noite preenchiam o espaço ao redor deles. Abraçou-o forte, pois estava chegando o momento derradeiro, o qual todo homem confirma a passagem de sua herança genética.

Same Mistake

Abrir mão, do certo pelo duvidoso, sendo que o certo também é duvidoso. Vou morrer, e essa era a única certeza que ele tinha naquele instante.

...

http://br.youtube.com/watch?v=6lLs2dC9NaE&feature=PlayList&p=40F2BEDA3E7A2F55&index=8

Bjos e abraços

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sobre o Sentir

(Uma sala, branca, sem profundidade, redonda. Luzes estourando no teto e nas paredes. Tudo muito limpo, e vazio.)
ELE -É um sentimento. É um sentimento... - ele grita, eufórico,como um pai alucinado com a descoberta de seu Frankenstein.
ELA -Como você grita, eufórico, alegre, a plenos pulmões, algo que não existe em mãos... apenas em sensação...
ELE -Que não pode ser transferido, apenas repassado de maneira impensada. Como a verdade que somos. Temos orgulhos,preconceitos... e só transmitimos isso... -e num rompante, ele chora e quase ri ao mesmo tempo.
ELA -Sei que tudo isso é meu. É que assim, eu não posso continuar. (tempo) Talvez... eu mude de novo. Talvez eu volte pra carteira de escola e use somente lápis de cor (ri). Vou tentar colorir algo que vem e vai da minha cabeça... (chora)
ELE -Estou tentando de forma impune não ser condenado por causa dele, que sai em hora tão inoportuna.(corrige-se)Não sai simplesmente. É um... resgate... que se faz a... fórceps (emociona-se)... e numa chance de colar figurinhas... no meu coração, remendo o rebento, e arrebento meu peito, e coloco pra fora de maneira confusa e desordenada uma profusão de seres...

(quebra)
(Uma sala, abarrotada de livros, e papéis jogados. A desordem reina nesse ambiente, escuro, com flashs de luz)
Escritor -Que palavra bonita eu escrevi. O problema é que o ego atrapalha e as teclas saltam e ressaltam as batidas do meu coração. Assim eu não posso mais escrever, pois os dedos não acompanham a batida do meu coração... a cabeça treme num soluço descontrolado e não enxergo...
ELA -(silêncio)

(quebra)
ELE (com o sentimento em mãos) -São líquidos que vazam de alguma válvula do seu corpo robotizado que insiste em sentir e ressentido eu fico sem saber o que dizer pra ele... Que o ar vai acabar, e que por mais que o queira... ele vai ter que ir.

(quebra)
(ela está afastada, lendo o texto. O escritor, fala com os livros)
Escritor -Escrevo pra ela, pois não sei como falar. Por isso, eu escrevo e me arrependo e não digo, apenas repasso, algo que me foi passado.
ELA (como se estivesse ouvindo o tempo todo) -Sentir... passando o tempo do lado de uma pessoa. De um ser, que me faz parte.
Escritor -Assim como você que me lê faz comigo. Compartilha, e nessa partilha eu perco pedaços de mim e você ri, sorri...
ELA -E eu choro e repico numa batucada de verão. Foi isso. Uma batucada de verão que sem sentido tomou conta de nós e nos faz saltar por toda a avenida e nos fez sentir jovens, e assim eu termino... jovem... e velha.

Beijos e abraços

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Aceso...

Acendo...

Uma luz azul brilha no fundo de uma parede. Num quarto pequeno de hotel, ela (a memória), se delicia por meio de um projetor de slides, revendo tempos que ela tinha perdido.Preciso de um pano, pra limpar o número, que parece um jardim florido da minha casa nova. Já é outono?O tempo voa e eu nem me liguei que fiquei aceso, perdendo uma vida de plástico que corria na tela.

O insegurança de uma loja, subestimando a vida que passa na tela, atira longe uma bala, que atravessa o estômago desmemoriado. Como um antiácido, corrói as entranhas deste ser.E num salto, vai de Pequim, com suas cores vibrantes e escarlates, atiro de letra, as letras que existem no meu nome, e assim me transformo, em josé, joão, carlos, pedro, alexandre, marias...

Beijos e abraços

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Absurdo é uma bacia ser amada!!!


Escrevi um texto de uma forma que eu nunca escrevi. De uma forma absurda ele saiu, e eu apenas pontuei ele de uma forma mais... sei lá!


Conexos desconexos(clichê)


ELE - Realmente, pode ser a última vez que nos veremos. E eu tento ao máximo esticar o tempo, com uma fita de cetim... (ri)


ELA - E ao esticar, rompe um músculo... que não é tão elástico assim, e fico feliz, por ele continuar a me bater... sincopado... ritmado.

(Quebra)
ELE 2 - No outono de minha vida, uma flor nasce de uma semente que de tão adormecida, que acordada continua a sonhar.
ELA 2 - Tenho receio que o Papai Noel não te visite esse ano, afinal, você não foi tão ruim quanto você pode.
(Quebra)

ELA - Esse ano nem passou! E eu, passei a pensar que se continuar assim, posso tentar, uma palavra mais certa, que lateja, bate, rebate e quebra o dente.

ELE - Por um acaso, eu invento um novo caso? E faço e desfaço, o que deixaram de fazer mil vezes...?

Narrador (Discovery channel) - Como uma herança genética, que a epilética, trás, pra perto de sua presa, num sentimento que não faz parte de sua cadeia alimentar...

ELE/ELA (dividido entre eles) - Como se sentir fosse a coisa mais tola que existisse, desde o início dos tempos, como se isso fosse do fim dos tempos, quando está conosco desde o nascimento....

ELE (corporalmente) - Passado, passo a passo, caminhei em direção a uma porta, que uma vez aberta, não se deixa correr, concorrendo assim a canalha do ano. Um tapinha de bondade na cara, com uma cara de deboche, se diz - Canalha...! Como estás, na tua firmeza de decisão e na tua tomada de decisão?

ELA (corporalmente) -Aguenta ficar nas moscas e sem nada, pra pagar um almoço decente sem ter o que andar, como se a gasolina fosse o que move o mundo, sem água pra dar.............


The End

Nossa... muitos pensamentos, correm pelas conexões do meu cérebro. Que se ligam, e desligam, ao bel-prazer deles de me verem assim, confuso sem saber pra onde olhar, ou até mesmo me impulsionando a atravessar sem olhar as possibilidades remotas de sobrevivência...
Começou de novo.

Acho melhor parar por aqui. Muitos já pararam (devem ter parado) de ler, talvez por cansaço, ou desistência de entender o que está escrito nas entrelinhas dessas palavras.
Chega.
Parei...



por hoje!

Bjos e abraços

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Desalento

Acepções■ substantivo masculino estado de quem se mostra sem alento; desânimo, abatimento, esmorecimento

(Chico Buarque e Vinícius de Moraes)
Sim, vai e diz, diz assim Que eu chorei, que eu morri de arrependimento Que o meu desalento já não tem mais fim Vai e diz, diz assim Como sou infeliz no meu descaminho Diz que estou sozinho E sem saber de mim Diz que eu estive por pouco Diz a ela que estou louco Pra perdoar Que seja lá como for, por amor Por favor é pra ela voltar Sim, vai e diz, diz assim Que eu rodei, que eu bebi Que eu cai, que eu não sei Que eu só sei que cansei, enfim Dos meus desencontros Corre e diz a ela Que eu entrego os pontos

Sempre quis que a minha vida fosse mais musical. E pra falar a verdade, a vida de todo mundo é, porém nem todos prestam atenção a isso. Muito menos eu. É que as vezes, parece que tem mais de uma música, como se a cabeça da gente não estivesse totalmente naquilo que está acontecendo, como um rádio que fica entre duas estações, e tem o chiado, e uma música irreconhecível, misturada com uma voz metalizada.

Tem muitas músicas que me vem à cabeça durante um dia, porém, essa foi a que me caiu como uma luva. Talvez pelo duplo sentido que ela me remete, ou talvez pela sonoridade da palavra tema.

Beijos e abraços

terça-feira, 3 de junho de 2008

Pensamentos Aglutinados

Pois é... cá estou novamente tentando fazer desse diário virtual uma chance de escrever meus pensamentos na Web, dessa forma mostrando-os ao mundo. Uma espécie de terapia sabe? OU não né? Viu só?! Como eu consigo ser tão confuso que eu atrapalho meu próprio pensamento e me perco nessas palavras digitalizadas. E eu sei que não é culpa do teclado, pois quando estou com uma caneta na mão, é a mesma coisa. Eu devia arranjar um meio mais fácil de jogar pensamentos, de externalizar certos sentimentos, pois nos últimos anos, meus relacionamentos não estão tão concentricos, tântricos ou ainda gastronômicos quanto eram a 23 anos atrás... Um forte abraço e um grande beijo