quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Espera

Cá estou mais uma vez. E com certeza, pra começar um post novo, assim depois de tanto tempo, eu devo estar sem idéias. É isso que você está pensando não é mesmo? Pois bem.

Estou sem idéias mesmo. Dessa maneira eu pensei em fazer uma votação. Funciona da seguinte maneira: você pode postar em comentários o que você gostaria de ler aqui nesse singelo blog. Um tema, uma palavra e a gente tenta construir isso junto o que acha?

Fico no aguardo.

Carlos publicou a postagem e ficou esperando uma resposta por cinco minutos. Decidiu não esperar na página do blog. Minimizou-a e abriu sites de notícias, deu umas flutuadas na internet e voltou depois de sete minutos. Nada. Aquele vazio do ciberespaço o incomodava profundamente. Sabia que naquele instante tinha milhões de pessoas conectadas... mas conectadas a quem?

Deixou o computador, foi até a cozinha e pegou um copo e encheu de eleite. Ao tomar, correu pra pia e cuspiu tudo. Estava azedo. Nesse instante pensara em ligar pra sua ex-namorada. Com certeza ela desligaria o telefone na sua cara.

Deitou no sofá da sala esperando. Que algo de novo entrasse pela sua porta e o levasse dali pra outro lugar, e pudesse dar um brilho diferente na sua vida de classe média. Tinha 29 anos, não conquistara nenhum grande amor, e nem tivera sua vida mudada por um tornado. O maior prêmio que obtivera em sua vida foi o concurso mundial de Pif-Paf, que só teve uma edição em dez anos.

Ligou a TV e demorou a perceber que estava fora do ar. Foi até a gaveta do quarto e olhou o revólver de seu pai. Ficou a olhá-lo fixamente. Caminhou até o banheiro com a arma em suas mãos, e sentou no chão do box. Ao colocar o cano frio em sua boca, não pode deixar de imaginar a imagem sexualizada de um pênis. Sentiu nojo. Colocou a arma na têmpora e disse: "Vai ser mais fácil de limpar no banheiro ou no quintal?"

No mesmo instante que uma revoada de pássaros deixa o bosque das flores, assustados por um barulho repentino, a cachorra Teca, fareja no ar um cheiro de pólvora e late para o nada. Algumas casas mais pra cima, assustada com o latido, Dona Viola derruba um dos ovos que iria usar pra assar o bolo de laranja que faria pro seu neto. Pensou: "Merda... que sujeira! Vai dar um trabalho pra limpar." O telefone toca.

Bjos e abraços

2 comentários:

Anônimo disse...

Há!



Bacana...Gostei!

Cris Abreu disse...

ausência....