segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Cartas - O caso Glória II

Querido Fernando

Aqui vai tudo bem, obrigado por perguntar. Confesso ter tido um choque com seu contato repentino. Afinal, nos últimos meses do nosso relacionamento ( se é que podemos chamar aquilo dessa maneira), você falava tanto quanto a mesinha de centro. Só levantava a voz quando trepava comigo.
Oras, tenha dó da minha paciência. Não acredito nas tuas baboseiras. Você estava sempre reclamando de tudo. Do teu chefe, das minhas trepadas... afinal, você podia me comer e ficar com a vaca da tua mulher...
Asqueroso e nojento ficou a sua pessoa. Nem teu gato quis ficar perto de você... com suas manias doentias. Não me ligue mais, não escreva pra mim, e por favor.. deixe as chaves de minha casa na casa da Valéria.

Júlia

sábado, 18 de outubro de 2008

Cartas

Rogério


Espero que possas me compreender. Afinal, não é todo dia que eu posso trepar com o chefe em casa, ainda mais em nossa cama de casal

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Cartas - O caso Glória

Júlia

Tenho dó de meu piano. Serve apenas como móvel, para acomodar as velhas fotos de família e como suporte para o telefone, que já não toca com tanta frequência.
Tenha dó. Tenha dó de minha mulher, que assim nem cristo pode aguentá-la. Chora pelos cantos pensando que tudo não passa de um fingimento. Que tudo sempre foi um fingimento doce, que foi ficando agridoce, ácido, sem graça, sem gosto, asqueroso, e assim, se tornou nojento, irreal,, real demais pra ser verdade.
Ainda ontem, perdi meu gato. Dei leite e uma fatia de pullman. Ele não voltou. Depois de 1 mês, eu pensei que talvez ele voltaria pra mim. Mas já se passaram 3 meses, e o leite coalhou e o pão foi arrastado pelas baratas. E nenhum sinal dele.
Tenho pensado muito a respeito do tempo. Faz tempo que não chove uma gota no meu jardim. Desde sua partida, eu vim pensando nisso. Quanto tempo passou desde nosso fim? Glória sabia de nós? Ela era minha Glória?

Carinhosamente

Fernando

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Vamos mudar?

Está na hora de ser um pouco mesquinho com você, ela me disse.

Você está tentando achar pelo em ovo cara! Você criou uma situação que não existe, e está culpando ela, por que assim você pode ter uma razão em me falar bravo comigo. Ela não tem nada a ver com tudo isso e você sabe disso.

Calei-me. Não tinha uma contra-argumentação forte o suficiente no momento. Precisava refletir.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Tum-TUM

Estava pensando que talvez fosse melhor eu não me lembrar de mais nada. Como seria bom eu não me lembrar que um dia eu errei. Que eu já briguei com você. Te amaldiçoei em pensamento, imaginando como seria minha vida se você não tivesse estacionado na porta de minha casa e me convidado pra beber uma cerveja.
Muitas vezes eu não quero beber. Tentei parar umas 5 vezes de fumar. O Ministério da Saúde adverte: Fumar é prejudicial a saúde, faz teu pau cair, e seu pulmão fica preto. Um aborto foi criado por conta disso, e eu nem me ligo. Não ligo. Pensam que eu não ligo.
Lógico que ligo, que faço as mais loucas suposições; eu sei que é possível. Você estacionar em frente a outro portão é tão fácil quanto eu acender um cigarro. Oras, não diga que não tenho uma musa inspiradora. Eu a tenho, e tenho a façanha de gostar e desgostar em segundos. Basta uma palavra jogada, cuspida na minha cara que eu viro outro.

Bjos e abraços

ps: odiei esse texto.

sábado, 30 de agosto de 2008

Olhos cansados...

Dei de sonhar esses dias. Sonho em francês.
Uma língua que não me assenta na boca, eu ouço nítidamente, com todas as suas entonações e fluidez. Não entendo o que digo. Apenas ouço e em resposta dou risada.

No sonho, a fumaça do cigarro me incomoda. Sobe pelo lado esquerdo, sinal de que está em minha mão esquerda, coisa que eu odeio, mas fazem questão de fazer em minha volta. Ela atravessa meus olhos, segue o caminho da direita rumo ao desconhecido, já que não posso mais tocá-la.

Acordo sobressaltado, com barulho de automóveis. Nunca me acostumei com esse apartamento, e vou demorar a me desacostumar.

Bjos e abraços

sábado, 23 de agosto de 2008

Jeito de lidar

Nada.
Tudo o que eu queria era ser nada. Nada não tem preocupações. Não tem casos, nem conflitos, nem preocupaões quanto ao calor, ao inverno. Não escolhe roupa pra sair, tampouco tem contas pra pagar.
Penso eu, caso tivesse a opção, escolheria ser o nada.
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Estou com bloqueios. Já não consigo andar na rua sem pensar em tudo. Toda hora estou pensando, imaginando e visualizando horrores. Em cada esquina eu vejo uma sensação diferente na copa de uma árvore. E o fato dela ficar me seguindo o dia inteiro, me perturba. Tenho o receio de nunca mais conseguir pensar em nada.
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Apagão. Geral, na rua inteira. Pega-se as velas, lanternas e lá vai o povão, pras garagens. A TV, pobre coitada, companheira de todas as noites, emudece diante do fato. As crianças aproveitam pra brincar de pique-esconde. Os adolescentes, vencem algumas barreiras, e os mais ousados, até queimam algumas etapas. As vizinhas se põem a tricotar as fofocas mais absurdas, parecendo um bando de urubus, com suas grandes asas, garras afiadas, apenas observando o movimento noturno, e confessando os segredos dos outros...

bjos e abraços

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Troca de valores

Não falo.
Falar evoca uma acidez estomacal.
Tenho um problema com palavras.
Não sei como expressar.
Logo eu vomito. Logo sinto um alívio.
Não tem porque guardar.
Não quero sua amizade.
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A procura do perdão

A troca de palavras fere de tal maneira
Que chego a pensar em ir embora
De onde estou enxergo a beira
E penso no lado de fora

Dentro, o peito embolora
Você foi afetada por uma cegueira
E agora, tudo o que acontece, ela chora
Volto a olhar o todo, e me viro de costas pra beira... e pulo.

bjos e abraços

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Quando você acordar...

Quando você acordar, a música já vai ter parado. O quarto escuro, não guarda nenhum cheiro, nenhum som, nenhuma intenção. Tudo vai estar puro e simples, visto do contrário e ao inverso.
Você vai se levantar, e com gemidos e suspiros, vai dizer depois de um beijo, que precisa tomar seu rumo.
Como resposta, balbucio qualquer coisa, pensando em como te manter em minha cama, mais quente, mais desejoso, mais gostoso que da última vez. Em vão, busco seu abraço, que ansioso, procura as roupas pelo quarto. E assim, lentamente, você se desvanece, pela minha casa, sem deixar vestígios, pensando e como não deixar marcas de sua presença no meu corpo. Seu toque, seus beijos, mordidas...
Volto a dormir. Tenho a nítida impressão que a marca no travesseiro, ainda é ocupada pela sua cabeça. Seu cheiro me preenche, e me inebria. Me leva a crer que eu ainda te tenho.

Beijos e abraços

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O título em P&B

Quando se tem uma insônia............................

............................................................................
.....................................................................
...........................................................
...............................tem............
......................................po.
.....................Passa.......
.....de............
...............va.
........gar.
con
ta
go
tas
con
ta
car
nei
ros

As costas doem. O corpo prova de uma preguiça, que não tem motivo.
Começa na cabeça e passa pelo corpo, e se apossa. Como o inimigo, me sacio, toma o corpo.
O copo está meio cheio ou meio vazio?

O pensamento não para... não, passa e passa um, dois, três quartos de hora e nada.
Miro e vejo o ponteiro acertar 3 e doze, e penso, já é tarde pra levantar ou é muito cedo pra acordar?
Reviro as cobertas em busca dos sonhos da noite passada, esperançoso de voltar a dormir, nostálgico dos últimos beijos e carícias da minha doce infância....

http://br.youtube.com/watch?v=slvPMU-7OyI&playnext=2&playnext_from=QL

o sol vem saindo.........................e aos poucos,
eu volto........................................e sem.............perceber..........sonho...........

terça-feira, 29 de julho de 2008

Mais uma sem pé nem, cabeça

Do lugar onde estou sentado posso ver o teto de minha casa.
Posso ver minha vizinha agitando as roupas no aral, como se estivesse desenrolando a bandeira de uma torcida.
O dia vai raiando atrasado nos arredores de meu habitat. O sol, acelerado como sempre, saiu junto com meu pai, e foi despejar suas energias sobre as cabeças dos trabalhadores que ficam abaixo dele. As crianças, mais tarde foram arrastadas de seus sonhos infantis, recheados de bolachas e desenhos animados (que pra mim não são tão animados assim), e foram fazer suas tarefas de formiguinhas, aprendendo coisas que nunca vão usar pra nada.(nossa que pesado isso)
Preciso parar. Foi a primeira pausa de pensamento que eu tive desde que me conheço por escritor.
Ficar escrevendo, escrevendo, é a mesma coisa que ficar revirando o lixo atrás de comida. Você nunca acha o que quer, e no fim das contas tem que se conten

domingo, 27 de julho de 2008

É pra por Sal ou Açúcar, paixão?

O areia da praia salgava seus sapatos. Tinha tirado o dia pra descansar. Tirado a roupa pra tomar sol. Tirado a alma, pra viver mais leve e sem culpa.

Esperava ansiosamente o retorno das cartas de amor, mandadas com tanto ardor e paixão, como uma fogueira em pleno verão. Tinha grandes olhos, uma risada gostosa, cheia de infância... Amava a cor de sua pele, e não tinha paciência para o que escutava. Mas escutava calada.

Sentia-se só. Não tinha medo de falar, e então cuspia as palavras, de modo polido, mirando, tomando cuidado para acertar onde queria. Deixáva o alvo, sem defesas, frustrado com as escolhas feitas. Sem palavras, feria, e se referia à moral, como algo indefinido...

terça-feira, 22 de julho de 2008

Entendeu?! Dá pra me explicar?

Ouve, que eu não vou falar de novo. Eu te quero e nada pode me fazer pensar o contrário. Eu sinto muito teu cheiro, entre minhas roupas e no dia chego a pensar que você me segue, entre ruas e esquinas. Vejo seus olhos em fotografias, e num lance de luz, chego a pensar que você é um mero pensamento.

Algo que não me sai da cabeça e que me faz pensar no caminho contrário, que me faz querer reviver o que eu nunca vivi. É uma chance de repassar os passos, de estudar o plano mais a fundo e ver que aquilo não é o que eu sonhei e que talvez...

Quero ir embora. Virar as costas pra você e andar, até que o vento mude de direção e eu com ele. Vou acompanhado por esse parceiro de vagabundos e ladrões, e vou sorrindo, de costas pras convenções sociais que prendem, sugam, enlaçam e entravam a alma.

A loucura me consome, como uma besta sanguinária, e me delícia a cada mordida, e me mata a cada nova ferida.

Tenho uma porção de coisas pra te contar, porém se abrir a boca, pra soltar a minha língua, receio que ela voe por espaços nunca vistos, e visite antepassados, e te transforme, em algo que eu não vou saber lidar. Não quero te falar o que eu amo, nem por quanto tempo eu te amo(amei)...

Quero um mundo colorido e ao mesmo tempo, reto e justo, em que 8 é oito, e oitenta faz parte de um título, que deram para um livro...
Surreal...
Viajo nas palavras de um livro e me vejo dançando com piruetas e pulando letra por letra, gozando, rindo, sentindo... tentando entender o que não se é pra entender...

http://br.youtube.com/watch?v=4ZjZ91E6fdE

Bjos e abraços

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Needle in the hay

Acordei tonto ainda. Pensando em pintas. A noite de ontem foi confusa. Rápida, como num clipe da MTV.

Estou trancado. Dentro do carro.

Desci as escadas, fui ao banheiro, tomei um leite. Necessidades básicas escatológicas. Teta de vaca?

Vontade de chorar. Tenho pintas no meu peito?!


Ele viajava nas pintas que dançavam pelo seu corpo. Um quadro branco, esperando uma tinta que fosse companheira daquele vazio que tinha. Francesinha. Unhas bem trabalhadas.
Ele engolia seus pensamentos junto com o pão torrado, para digerí-lo...

Preciso de um tempo pra digerir o que está acontecendo...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Dies Certus, Dies Incertus

Ele a confundia com homem... Tinha cabelo curto e um jeito forte e decidido de andar. Masculino. A voz grave tbm não ajudava. Usava uma linha melódica, que o fazia se confundir, e ele desejava dar-lhe a mão, ao invés do regulamentar beijo no rosto.

Apaixonara-se pelos olhos dela. Cílios grandes, leves, meigos... lembravam-lhe a tardes gostosas na grama, quando criança ficava as tardes ouvindo os suplícios da mãe aos santos, imaginando as formas aveludadas que passeavam no céu.
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Não sabia mais o que pensar. Ora pensava no que diria ao meu pai, ora no que diria ao dono(a) dos cílios grandes. poderia parar de escrever de maneira dupla, agora mesmo e, ainda sim, não saber se havia parado. Viveria uma grande paixão, que a professora se surpreenderia? Sem limites de velocidade? Ou desligaria o motor, e esperaria a tormenta se dissipar do lado de fora?

Não. Entender não é uma tentativa, é uma necessidade, a qual eu não consigo ter. I can't get no (Satisfaction).
Não consigo entender o que você escreve - ela me disse, debulhando-se em lágrimas. Imagine se ela soubesse que não sou eu que escreve, mas um outro eu, recheado de fantasias e cores e sonhos surreais, sem limites de céu, emergindo e submergindo num espaço onde as idéias e ideais, se acasalam, sem preconceito de pensamento.

Beijos e abraços (extremamente loucos)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

STOP!

Enfim, um tempo... Curto, porém, necessário, pra equilibrar a respiração, as batidas que resistem no peito de todos, que insistem em fazer e acontecer nas escolhas que fazem.
Durmo, o corpo cansado de escolhas que insisti, tendo a certeza de que era a certeza da minha vida. Escolhas que não mudam, que traçam, como rios e fronteiras, as marcas do tempo, no rosto daqueles que trabalham sol ou chuva, e se enterram em suas decisões...

Bjos e bom tempo pra nós navegantes.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Tempo

Estática.

Te vejo dessa maneira estranha e estática, com o corpo torto, e torço o olho pra não ver.

-Só dói quando respira - late, de maneira esganiçada, com todas as razões pra manter o corpo em movimento. Afinal, só o que fazia era correr... e na rua se sentia o dono das latas de lixo...

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Depois de um tempo, ele volta a olhar pelo vidro. Com a vista turva, sente-se confuso e desafiado. Começa a dar voltas, cada vez mais rápidas em volta de seu próprio rabo.
De maneira vertiginosa e contundente, salta , e rompe a película que o protege e o afasta do mundo seco.

Cai. A . Excitação. É. Muito .. Grande...
O... ar... É ... Demais... muitas... Cores... Sem o... Turvo...
E bate... Mais .... depressa....
até.... que Para...

Beijos e abraços

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Fim de Partida

Ao sentir-lo pela primeira vez, ela pensou que era o fim.

O fim de uma partilha. O fim de algo que almejara durante anos. Era o encerramento de uma festa, que tinha direito a fogos de artifícios, das mais variadas cores. O que começara a traçar timidamente, quase como se fosse um rascunho, mas que com intensidades incríveis, alcançara o status de Aquarela.

All you need is Love.

Era o que ele sempre tinha na cabeça. E ao sentir os lábios daquela beleza pura que existia sobre ele, raciocinava: - É tudo o que eu preciso. Ficarei sedento de sentir, e vou ressentir na partida... Emocionava-se, mas nunca transpareceu.

Daria mais atenção ao abraço, se soubesse que este era o último momento que ela daria a ela mesma. O fim da noite se aproximava conforme os sons da noite preenchiam o espaço ao redor deles. Abraçou-o forte, pois estava chegando o momento derradeiro, o qual todo homem confirma a passagem de sua herança genética.

Same Mistake

Abrir mão, do certo pelo duvidoso, sendo que o certo também é duvidoso. Vou morrer, e essa era a única certeza que ele tinha naquele instante.

...

http://br.youtube.com/watch?v=6lLs2dC9NaE&feature=PlayList&p=40F2BEDA3E7A2F55&index=8

Bjos e abraços

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sobre o Sentir

(Uma sala, branca, sem profundidade, redonda. Luzes estourando no teto e nas paredes. Tudo muito limpo, e vazio.)
ELE -É um sentimento. É um sentimento... - ele grita, eufórico,como um pai alucinado com a descoberta de seu Frankenstein.
ELA -Como você grita, eufórico, alegre, a plenos pulmões, algo que não existe em mãos... apenas em sensação...
ELE -Que não pode ser transferido, apenas repassado de maneira impensada. Como a verdade que somos. Temos orgulhos,preconceitos... e só transmitimos isso... -e num rompante, ele chora e quase ri ao mesmo tempo.
ELA -Sei que tudo isso é meu. É que assim, eu não posso continuar. (tempo) Talvez... eu mude de novo. Talvez eu volte pra carteira de escola e use somente lápis de cor (ri). Vou tentar colorir algo que vem e vai da minha cabeça... (chora)
ELE -Estou tentando de forma impune não ser condenado por causa dele, que sai em hora tão inoportuna.(corrige-se)Não sai simplesmente. É um... resgate... que se faz a... fórceps (emociona-se)... e numa chance de colar figurinhas... no meu coração, remendo o rebento, e arrebento meu peito, e coloco pra fora de maneira confusa e desordenada uma profusão de seres...

(quebra)
(Uma sala, abarrotada de livros, e papéis jogados. A desordem reina nesse ambiente, escuro, com flashs de luz)
Escritor -Que palavra bonita eu escrevi. O problema é que o ego atrapalha e as teclas saltam e ressaltam as batidas do meu coração. Assim eu não posso mais escrever, pois os dedos não acompanham a batida do meu coração... a cabeça treme num soluço descontrolado e não enxergo...
ELA -(silêncio)

(quebra)
ELE (com o sentimento em mãos) -São líquidos que vazam de alguma válvula do seu corpo robotizado que insiste em sentir e ressentido eu fico sem saber o que dizer pra ele... Que o ar vai acabar, e que por mais que o queira... ele vai ter que ir.

(quebra)
(ela está afastada, lendo o texto. O escritor, fala com os livros)
Escritor -Escrevo pra ela, pois não sei como falar. Por isso, eu escrevo e me arrependo e não digo, apenas repasso, algo que me foi passado.
ELA (como se estivesse ouvindo o tempo todo) -Sentir... passando o tempo do lado de uma pessoa. De um ser, que me faz parte.
Escritor -Assim como você que me lê faz comigo. Compartilha, e nessa partilha eu perco pedaços de mim e você ri, sorri...
ELA -E eu choro e repico numa batucada de verão. Foi isso. Uma batucada de verão que sem sentido tomou conta de nós e nos faz saltar por toda a avenida e nos fez sentir jovens, e assim eu termino... jovem... e velha.

Beijos e abraços

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Aceso...

Acendo...

Uma luz azul brilha no fundo de uma parede. Num quarto pequeno de hotel, ela (a memória), se delicia por meio de um projetor de slides, revendo tempos que ela tinha perdido.Preciso de um pano, pra limpar o número, que parece um jardim florido da minha casa nova. Já é outono?O tempo voa e eu nem me liguei que fiquei aceso, perdendo uma vida de plástico que corria na tela.

O insegurança de uma loja, subestimando a vida que passa na tela, atira longe uma bala, que atravessa o estômago desmemoriado. Como um antiácido, corrói as entranhas deste ser.E num salto, vai de Pequim, com suas cores vibrantes e escarlates, atiro de letra, as letras que existem no meu nome, e assim me transformo, em josé, joão, carlos, pedro, alexandre, marias...

Beijos e abraços

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Absurdo é uma bacia ser amada!!!


Escrevi um texto de uma forma que eu nunca escrevi. De uma forma absurda ele saiu, e eu apenas pontuei ele de uma forma mais... sei lá!


Conexos desconexos(clichê)


ELE - Realmente, pode ser a última vez que nos veremos. E eu tento ao máximo esticar o tempo, com uma fita de cetim... (ri)


ELA - E ao esticar, rompe um músculo... que não é tão elástico assim, e fico feliz, por ele continuar a me bater... sincopado... ritmado.

(Quebra)
ELE 2 - No outono de minha vida, uma flor nasce de uma semente que de tão adormecida, que acordada continua a sonhar.
ELA 2 - Tenho receio que o Papai Noel não te visite esse ano, afinal, você não foi tão ruim quanto você pode.
(Quebra)

ELA - Esse ano nem passou! E eu, passei a pensar que se continuar assim, posso tentar, uma palavra mais certa, que lateja, bate, rebate e quebra o dente.

ELE - Por um acaso, eu invento um novo caso? E faço e desfaço, o que deixaram de fazer mil vezes...?

Narrador (Discovery channel) - Como uma herança genética, que a epilética, trás, pra perto de sua presa, num sentimento que não faz parte de sua cadeia alimentar...

ELE/ELA (dividido entre eles) - Como se sentir fosse a coisa mais tola que existisse, desde o início dos tempos, como se isso fosse do fim dos tempos, quando está conosco desde o nascimento....

ELE (corporalmente) - Passado, passo a passo, caminhei em direção a uma porta, que uma vez aberta, não se deixa correr, concorrendo assim a canalha do ano. Um tapinha de bondade na cara, com uma cara de deboche, se diz - Canalha...! Como estás, na tua firmeza de decisão e na tua tomada de decisão?

ELA (corporalmente) -Aguenta ficar nas moscas e sem nada, pra pagar um almoço decente sem ter o que andar, como se a gasolina fosse o que move o mundo, sem água pra dar.............


The End

Nossa... muitos pensamentos, correm pelas conexões do meu cérebro. Que se ligam, e desligam, ao bel-prazer deles de me verem assim, confuso sem saber pra onde olhar, ou até mesmo me impulsionando a atravessar sem olhar as possibilidades remotas de sobrevivência...
Começou de novo.

Acho melhor parar por aqui. Muitos já pararam (devem ter parado) de ler, talvez por cansaço, ou desistência de entender o que está escrito nas entrelinhas dessas palavras.
Chega.
Parei...



por hoje!

Bjos e abraços

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Desalento

Acepções■ substantivo masculino estado de quem se mostra sem alento; desânimo, abatimento, esmorecimento

(Chico Buarque e Vinícius de Moraes)
Sim, vai e diz, diz assim Que eu chorei, que eu morri de arrependimento Que o meu desalento já não tem mais fim Vai e diz, diz assim Como sou infeliz no meu descaminho Diz que estou sozinho E sem saber de mim Diz que eu estive por pouco Diz a ela que estou louco Pra perdoar Que seja lá como for, por amor Por favor é pra ela voltar Sim, vai e diz, diz assim Que eu rodei, que eu bebi Que eu cai, que eu não sei Que eu só sei que cansei, enfim Dos meus desencontros Corre e diz a ela Que eu entrego os pontos

Sempre quis que a minha vida fosse mais musical. E pra falar a verdade, a vida de todo mundo é, porém nem todos prestam atenção a isso. Muito menos eu. É que as vezes, parece que tem mais de uma música, como se a cabeça da gente não estivesse totalmente naquilo que está acontecendo, como um rádio que fica entre duas estações, e tem o chiado, e uma música irreconhecível, misturada com uma voz metalizada.

Tem muitas músicas que me vem à cabeça durante um dia, porém, essa foi a que me caiu como uma luva. Talvez pelo duplo sentido que ela me remete, ou talvez pela sonoridade da palavra tema.

Beijos e abraços

terça-feira, 3 de junho de 2008

Pensamentos Aglutinados

Pois é... cá estou novamente tentando fazer desse diário virtual uma chance de escrever meus pensamentos na Web, dessa forma mostrando-os ao mundo. Uma espécie de terapia sabe? OU não né? Viu só?! Como eu consigo ser tão confuso que eu atrapalho meu próprio pensamento e me perco nessas palavras digitalizadas. E eu sei que não é culpa do teclado, pois quando estou com uma caneta na mão, é a mesma coisa. Eu devia arranjar um meio mais fácil de jogar pensamentos, de externalizar certos sentimentos, pois nos últimos anos, meus relacionamentos não estão tão concentricos, tântricos ou ainda gastronômicos quanto eram a 23 anos atrás... Um forte abraço e um grande beijo

quinta-feira, 8 de maio de 2008

OK... vamos tentar de novo!

abraços